quinta-feira, 4 de novembro de 2010

vida de modelo


Quem está acostumado a assistir desfiles sabe que não é nada raro uma modelo prender o sapato na bainha do vestido e perder o equilíbrio. E não são só as new faces que estão sujeitas a passar por essa situação constrangedora, mesmo as tops já tiveram seus dias de Cinderela.
Tropeçar, perder o sapato ou cair pegam mal, mas segundo elas, há coisas muito piores na profissão. E ainda tem gente achando que vida de modelo é uma moleza...

Para Melânia Danielli, 18 anos, pior que cair na passarela é ficar longe de casa e dividir o apartamento com pessoas que não conhece. Paranaense e criada no Mato Grosso, ela trabalha como modelo há pouco mais de um ano e meio e vive num apartamento alugado por sua agência, com outras meninas.

Uma delas é Ana Paula Schlickmann, a caçula da casa, com apenas 14 anos. Ela ainda não perdeu o equilíbrio no meio de um desfile, mas quase sempre sofre com sapatos muito apertados. "Eu calço 39/40 e já cheguei a desfilar calçando 36!", lembra ela, rindo como se fosse pouca coisa.
Ana Paula começou na profissão no início do ano e ainda tem um carregado sotaque de seu Estado natal, Santa Catarina. Só sai de lá quando começam as temporadas de desfiles em São Paulo e no Rio. "Tenho que ir à aula, estou na oitava série."
Ives Kolling, 19 anos, que tem sido sensação no Brasil e no exterior, responde de maneira inusitada. Para ela, pior que cair na passarela é não ter trabalho. Ives sabe bem o que está falando. Seu potencial como modelo levou quatro anos para ser reconhecido, a partir de trabalhos em Nova York. Ela quase pensou em voltar de vez para o Ro Grande do Sul e desistir da carreira de modelo.
Outra gaúcha, Simone Hanke, de apenas 16 anos, não teve de esperar tanto quanto Ives para deslanchar a carreira. Modelo há seis meses, ela fez 34 desfiles nas duas últimas semanas - 16 no São Paulo Fashion Week e 18 no Fashion Rio. A saudade de casa faz seus olhinhos brilharem diante da pergunta, e ela responde: "Pior que cair na passarela é a solidão